Criada em setembro de 2009, a ESF do Amarante enfrenta desafios desde a sua implantação. Sendo uma das últimas equipes implantadas no município de São Gonçalo do Amarante - RN, funciona na Unidade Básica de Saúde do Amarante, no bairro do mesmo nome, onde já existia o sistema de saúde tradicional. O atendimento médico era precário, devido a escassez de profissionais - apenas dois clínicos gerais atendiam de forma descontínua, com uma grande demanda reprimida, já que não trabalhavam com área adscrita, atendendo a uma clientela diversificada, proveniente de outras localidades, e até de outros municípios vizinhos, deixando muitas vezes a população do bairro prejudicada.
O PACS já funcionava na área, com 10 microáreas cadastradas, e um total de 1878 famílias, número suficiente para duas Equipes de Saúde da Família, já que o Ministério da Saúde preconiza, no máximo, mil famílias por equipe. Diante da expectativa e promessa da Secretaria de Saúde da implantação de mais uma Equipe, iniciamos absorvendo as 10 microáreas já cadastradas.
A transição entre o modelo de saúde tradicional e a Estratégia de Saúde da Família é um processo árduo e demorado e que requer, sobretudo, paciência por parte da Equipe, principalmente por estar inserida em um ambiente onde continua a existir o modelo tradicional, paralelamente ao atual. O primeiro desafio é definir entre os profissionais de saúde já existentes na Unidade as atribuições da Equipe, levando a eles o conhecimento da Estratégia Saúde da Família, e transformando-os em nossos parceiros. Um bom entrosamento entre os membros da Equipe e os demais funcionários é fundamental para um bom desempenho das atividades.
Outro grande desafio é o conhecimento da comunidade sobre o que é Estratégia Saúde da Família. Enquanto a população do bairro já cadastrada sente-se satisfeita com a chegada da Equipe, os demais usuários, provenientes de outras áreas onde o serviço ainda engatinha, tendem a desaprovar, por se sentirem em “desvantagem”, frente a uma demanda reprimida. Isso tem se complicado nos últimos meses, em que temos várias equipes sem médico nos arredores. Há então a necessidade constante de esclarecer a comunidade sobre a estratégia, e tentar, na medida do possível, acolher os que necessitam, sem, no entanto, absorver o excesso de demanda – tarefa quase impossível. Além desses problemas, enfrentamos ainda muitos outros, comuns à maioria das Equipes de Saúde da Família. Sempre procurando crescer mais e fazer o melhor pela saúde da comunidade.
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